BICICLETA E GOSTINHO DE ANOS 70 NA NOVA EDIÇÃO DA ‘RIO + DESIGN’
Promovida pelo governo do estado, em parceria com a Firjan, o Sebrae e a Reluz, este ano a nova edição da “Rio + Design” bate recorde de participantes: serão mais de 50 designers, um time que reúne nomes como Antonio Bernardo, Eduardo Baroni, Bernardo Senna, Freddy Van Camp, Gilson Martins, Índio da Costa, EM2 Design, Lattoog Design, Studio Zanini e Sergio Rodrigues.
Além disso, a organização da “Rio + Design” decidiu incluir a mostra na programação da Semana Design Rio, que tem patrocínio de Even, Air France, Senai Cetiqt, Shopping Leblon e Casa Shopping, bem como apoio do governo do estado, do Senac, da Firjan e da Tok Stok, e parceria acadêmica com a ESPM.
— Acreditamos que, ao integrar a Semana Design Rio, teremos um upgrade no fechamento de negócios e na divulgação dos produtos, já que, dentro de um evento como esse, daremos ainda mais visibilidade à produção dos designers e da indústria criativa fluminense — aposta Dulce Ângela Procópio de Carvalho, subsecretária de Estado de Comércio e Serviços.
A mostra — que tem duas edições anuais, uma no primeiro semestre, em Milão, e outra no segundo semestre, no Rio — a cada ano vem atraindo mais designers e, com isso, cumprindo o papel de ajudar a desmistificar o tema.
— Na primeira edição, em 2008, eram apenas 17 designers. Este ano, em Milão, foram 27. E na edição deste segundo semestre, aqui no Rio, já temos mais de 50. Isso mostra um crescimento do projeto e prova que estamos nos aproximando de nosso objetivo, que é trazer o design para o cotidiano das pessoas. Queremos que as pessoas se acostumem a ver o design no seu dia a dia — explica a subsecretária.
Um dos produtos que poderá ser visto pelo público será a Bike Zimba, uma bicicleta de treinamento nos moldes das usadas pelas crianças da Europa: sem pedais e sem rodinhas de apoio. Feita de madeira, com cores vibrantes, ela é mais leve que as de alumínio e foi criada pela equipe do Estúdio Baobá.
— Essa bicicleta é feita para a criança começar desde cedo a treinar o equilíbrio. Ao contrário das que estamos acostumados a ver aqui no Brasil, ela é muito usada em países da Europa para crianças bem pequenas, por volta do dois anos, começarem a aprender. Elas sobem e dão impulso, sem ajuda de rodinhas — ensina a design Gabriella Vaccari, que já testou o produto em seu filho.
TECNOLOGIA CONVIVE COM PEÇAS LÚDICAS
Se com a bike o público vai lembrar dos tempos de infância, com o projeto do Estúdio Alcantarino muita gente vai continuar recordando do passado. Segundo o designer Carlos Alcantarino, a inspiração para criar o banco e a poltrona Copacabana foram as antigas cadeiras de praia de madeira, com assento em nylon colorido, muito usadas nas praias cariocas nos anos 70.
— Pensamos naquelas cadeiras que as pessoas usavam para ir à praia, e que muitos hotéis ofereciam. Só que fizemos peças com fios de nylon, em vez do polipropileno usado no passado. Colocamos muita cor e grafismos e ficou uma peça colorida, que pode ser usada numa varanda ou num living, num cantinho de decoração mais leve — explica Carlos Alcantarino.
Outro exemplo de móvel que será exibido na “Rio+Design” é a cadeira mamulengo, criação do designer Eduardo Baroni para a empresa Elon, de Petrópolis. Produzida com chapas de compensado e acabamento em laca, a cadeira de balanço parece uma escultura.
— Este ano, optamos por uma abordagem mais ampla e teremos muitos produtos que usam tecnologia, além de peças lúdicas — explica Dulce, esclarecendo que, diferentemente da edição do ano passado, quando o foco dos trabalhos era a sustentabilidade, dessa vez as peças e produções não se restringiram a um tema.
Representando a simbiose do design com a tecnologia, há a máquina da Habto Design. Especializada em desenvolver design de produtos inovadores para a educação, a empresa carioca vai mostrar sua mais recente criação: a Superfície Educacional Interativa, ou SEI. De acordo com o designer Eduardo Cronemberger, o equipamento foi projetado para ser usado em salas de aprendizagem e bibliotecas de escolas. Trata-se de uma tela multitoque 3D, de 55 polegadas, com ajustes elétricos de altura e inclinação. A grande vantagem, explica Cronemberger, é que ela pode ser usada como TV, para exibição de filmes; como lousa digital, para apresentações; ou como monitor, para pesquisas e trabalhos individuais ou em grupo. E mais de um aluno pode trabalhar nela ao mesmo tempo.
— Ela tem uma tela interativa que aceita até dez toques simultâneos, o que permite que várias pessoas a utilizem simultaneamente — explica Cronemberger, acrescentando que a SEI foi criada em parceria com o Centro de Automação e Simulação do Senai-RJ e que a instituição tem quatro equipamentos em uso.
Fonte: O Globo