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1,2 MILHÃO DE CASAS VÃO TER ENERGIA SOLAR ATÉ 2024

Em alguns condomínios, a instalação já vem sendo discutida em assembleias de moradores, mas a mudança ainda é desestimulada pelo custo de implantação do equipamento. Na disputa com investimentos em reforma e segurança e reformas, a energia solar fica sempre para depois.

(A Tarde/ Divulgação)

Especialistas apontam a necessidade de subsídio do governo para a aquisição. Com valor em torno de R$ 7,5 mil, uma placa é suficiente para abastecer apenas uma casa de até três cômodos, sem geladeira ou ar-condicionado. Os governos federal e estadual ainda não apresentaram um plano de estímulo ao consumidor. Uma alternativa é a construção de condomínios solares. O investidor compra ou aluga lote e recebe em troca a energia equivalente à produção da concessionária.

“A instalação das placas já foi discutida em um dos condomínios que administro, mas custaria R$ 50 mil. Sabemos que o valor vai ser recuperado, mas as taxas de condomínio sempre são comprometidas com despesas urgentes”, pondera a síndica profissional Eunice Ribeiro. “Há um grande potencial de aproveitamento da energia solar em residências, mas o custo ainda é alto e o poder público tem que buscar meios de viabilizar a aquisição”, sustenta o professor Luiz Antônio Azevedo dos Santos, do curso de engenharia da faculdade Área 1.

O relativo alto custo de investimento inicial de um sistema de captação solar pode desestimular. “O interesse na energia solar é grande, mas a adesão ainda é pouca”, explica o gerente comercial da Satrix, na Bahia e Sergipe, Pablo Miranda. A empresa do Ceará realiza instalação de sistemas de geração de energia a partir de fontes renováveis.

Contudo, alguns empresários e moradores fizeram as contas e optaram pela energia solar. Com o objetivo de reduzir as despesas mensais, a Clínica Oftalmoclin, localizada nos Barris, instalou o sistema composto por placas de captação de luz e conversores de energia elétrica. O espaço, que possui 1,2 mil m² e 102 funcionários, tem uma fatura, aproximadamente, 40% menor do que antes. “A conta era de R$ 9 mil. Agora, pagamos R$ 5 mil”, explica o gerente administrativo Alexandre Guerra, contando que o investimento no sistema foi de R$ 78 mil.

Nova matriz

De acordo com dados da Aneel, 60% da atual geração de energia do Brasil é produzida em usinas hidrelétricas. O Ministério de Minas e Energia prevê o esgotamento do potencial hidrelétrico entre 2025 e 2030. Com isso, a energia solar se configura como opção não só para um futuro próximo, mas também para o presente.

Felizmente, não é preciso ter a placa voltaica no imóvel para consumir energia solar. O pesquisador húngaro Csaba Sulyok, vinculado à Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), está planejando a implantação do Cosol – Condomínio Solar, onde se pode comprar ou alugar um lote com placas. A energia gerada é enviada à Coelba, que supre o investidor. O projeto ainda depende de recursos. “Já temos um terreno em vista, mas estamos fazendo crowdfunding (financiamento coletivo”, afirma.

“Os condomínios solares podem, sim, vir a representar uma excelente alternativa para a geração compartilhada e o autoconsumo remoto da energia elétrica no Brasil. Isto já ocorre em outros países, como é o caso da Alemanha, que possui bairros solares produzindo quatro vezes mais energia elétrica do que consome”, declarou o engenheiro Antônio Geraldo Ferreira, analista técnico do Crea-BA.

O valor inicial é recuperado, em média, em cinco anos. Além disso, o usuário não fica exposto às oscilações das tarifas. Apenas em 2016, o aumento médio da conta de luz realizado pela Coelba foi de 10,72%.

Placas no telhado

As placas precisam ser posicionadas no telhado que, no caso de um prédio, é compartilhado entre todos os moradores. “Mas um cliente que mora em um apartamento na Pituba instalou o sistema em sua casa de praia, em Guarajuba, e usa a energia produzida nos dois lugares”, conta o gerente da Satrix.

A transferência de um ponto para o outro é possível através de um acordo de compensação firmado com a Coelba antes do início da produção. Desta forma, pode-se consumir a energia elétrica gerada pelas placas em uma residência e obter desconto em duas contas de luz. Para que não haja comercialização de energia, os dois endereços precisam estar registrados com o mesmo CPF.

O engenheiro eletricista e de meio ambiente Mário Borba Trindade, 57, possui há 13 anos placas que capturam o calor do sol e aquecem a água do chuveiro. O sistema, que custou em torno de R$ 1,1 mil, ajuda a reduzir a conta de luz. Na casa de 380 m², onde quatro pessoas moram, Trindade paga R$ 250, em vez dos R$ 500 de antes.

“Ele não possui custo de manutenção. Apenas limpo a poeira que se acumula, que reduz a eficiência ao tornar o vidro opaco”, diz sobre o sistema que consiste nas placas e em um reservatório onde fica armazenada a água quente.

Fonte: A Tarde

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