Congresso analise perspectiva da energia no Brasil
O futuro do setor elétrico foi tema do Congresso Brasileiro de Energia (CBE), realizado na sede do Sistema FIRJAN. Especialistas, acadêmicos e empresários avaliaram as perspectivas deste mercado e debateram o planejamento energético e o impacto das novas tecnologias.
“Apesar de passar por um momento de crise, o Brasil oferece muitas oportunidades em energias alternativas – que hoje representam 40% da matriz nacional”, pontuou Marco Aurélio dos Santos, professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, é necessário congregar os agentes que envolvem o setor para pensar, a partir de óticas distintas, esse assunto tão complexo.
Sérgio Malta, presidente do Conselho Empresarial de Energia Elétrica da Federação, destacou que a mudança trazida pelo progresso tecnológico causou um impacto no setor energético que não era visto há 30 anos.
“A forma como consumimos e distribuímos energia mudou. O Brasil está acompanhando esse processo por meio de investimentos em fontes eólicas e solares, por exemplo. Porém, o conservadorismo das autoridades não permite que haja uma integração veloz entre essas novas tecnologias, criando gargalos no setor”, disse.
Para Edson Watanabe, diretor da Coppe/UFRJ, é necessário diversificar a matriz energética brasileira: “A geração de energia, seja por qual fonte for, impacta o meio ambiente. Então temos que pensar em formas de mitigar os impactos ambientais e buscar mais eficiência e produtividade”.
Já Alfredo Salomão, ex-assessor do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, observou que a evolução do setor elétrico brasileiro não foi linear. Para ele, um grande problema que deve ser enfrentado é a redução da capacidade de armazenamento dos reservatórios das geradoras hidrelétricas, que passou de quatro anos, na década de 1980, para cinco meses.
O XVII CBE foi promovido pela Coppe/UFRJ em 21 e 22 de novembro.