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FIRJAN DEFENDE AVANÇOS NA INTERNET BANDA LARGA PARA EMPRESAS

 

O ponto de partida para os debates foi o estudo “Evolução recente e perspectivas da banda larga empresarial no Brasil”, que constatou o grande atraso do Brasil em relação a países desenvolvidos. O mais preocupante, de acordo com o estudo, é que o serviço comunicação de dados corporativo não está entre as prioridades da política nacional de telecomunicações.

 

Participaram do seminário o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo; o presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; empresários de todas as regiões do estado, representantes das prestadoras de serviço de telecomunicações, do governo e da Anatel.

 
 


O estudo, que foi entregue ao ministro, chama atenção para o fato de que apenas as micro e pequenas empresas foram incluídas no PNBL, que busca massificar o acesso a 1Mbps no país até 2014. Isto, se comparado a outros países, mostra uma grande disparidade. A Coréia do Sul, por exemplo, colocou em prática, ainda em 2012, a cobertura de 1Gbps – velocidade mil vezes maior – para toda sua indústria.

 

O tempo que se gasta no Brasil para baixar da internet documentos de 3,8 gigabytes, como os que foram disponibilizados para a concorrência do trem bala, pode chegar a nove horas e meia – tempo médio de uma viagem de avião do Rio a Lisboa. No Amapá, as empresas gastam quase 16 horas, tempo de uma viagem de ida e volta de São Paulo para Miami. Enquanto isso, os coreanos podem fazer o mesmo trabalho em 34 segundos.
 

O presidente do Sistema FIRJAN destacou os avanços alcançados no segmento nos últimos anos, mas lembrou da urgente necessidade de que governo e operadoras deem um passo arrojado em prol do atendimento dos pleitos empresariais, com foco na modicidade tarifária, na velocidade e na qualidade. “Precisamos, também, de um arcabouço regulatório que estipule metas e garanta seu atingimento, no atendimento ao setor empresarial. Entendemos que a revisão do Plano Nacional de Banda Larga, no próximo ano, seja uma oportunidade para executar esses ajustes”.

 


 
 

Segundo Eduardo Eugenio, a questão tributária, um peso significativo na composição de qualquer tarifa pública praticada no país, não pode ser esquecida. O presidente sugeriu que o governo avalie a criação de um mecanismo que permita reverter parte dos tributos recolhidos em investimentos, para alçar o serviço oferecido ao setor empresarial aos patamares verificados nas economias mais competitivas.

 

De acordo com o ministro das Comunicações, hoje, a carga tributária de telecom chega a 60% do valor pago pelos serviços. “Precisamos achar uma saída, que ainda precisa ser estudada, mas acreditamos que se diminuirmos tributos e fizermos um bom planejamento, conseguiremos ampliar a qualidade dos serviços”, afirmou.

 
 

 

Paulo Bernardo frisou que, recentemente, a Anatel se voltou para o mercado de atacado, lançando uma bolsa de negociação. “Se a empresa tem oferta de serviços, é obrigada a se cadastrar neste sistema, de maneira que todos podem saber quais são seus valores”.

 

O ministro também lembrou que o governo está trabalhando para aprovar a lei nacional de antenas, que poderá contribuir para a melhoria dos serviços ofertados, além de ter um projeto de implantação de banda larga em locais onde, hoje, ela é inexistente. “O Brasil ainda é muito carente de infraestrutura. Por isso mesmo, é importante trabalharmos conjuntamente em busca de soluções”, admitiu.

 

Infraestrutura é um dos principais gargalos

 

O seminário contou com diversos painéis temáticos. Num deles, que discutiu as demandas das empresas, o diretor de TIC da Michelin, Marcelo Ramires, afirmou que a empresa depende integralmente do serviço de internet. “Temos uma interação forte com nossa matriz, que é fora do país, e por várias vezes ficamos sem comunicação. Em duas ocasiões, tivemos que parar a fábrica devido a indisponibilidade dos links de comunicação de dados”, contou.

 

Para o diretor de Telecomunicação da Invepar, Victor Shummer, a disponibilidade de internet é fator essencial para a operação de uma empresa. “Sem o serviço funcionando corretamente, aumentamos o custo da produção e, consequentemente, oneramos os produtos. Qualquer parada pode trazer o caos”. Shummer também lembrou que, quanto mais as empresas se afastam dos grandes centros, maior é a dificuldade de um serviço de qualidade.
 
 

 


Marcos Falcão, diretor de TIC da Supergasbrás, falou sobre as dificuldades da empresa, já que ela atua diretamente com seus clientes na entrega dos produtos em caminhões. “O governo cobra um serviço mais moderno para operar, como a utilização de nota fiscal eletrônica, mas a infraestrutura ainda é insuficiente”. A empresa está levando seu data center do Rio de Janeiro para São Paulo, justamente por conta dos serviços disponíveis em cada estado.

 

Segundo Falcão, a Supergasbrás já cogitou transferir seu call center para o interior do Rio, mas desistiu, por conta do serviço de dados disponível. “Não queremos descontos por falhas no serviço, queremos qualidade de serviço no mundo corporativo. O preço nos importa menos do que a qualidade, hoje”.

 

O diretor de TIC da Chevron, Marcelo Ferraz, afirmou que a empresa, muitas vezes, faz investimentos em parceria direta com as operadoras, investindo do próprio bolso para poder colocar algum projeto em prática. “Vejo melhoras dos últimos anos para cá, mas a dependência das empresas hoje é total e ainda não há infraestrutura para atender toda a demanda”, opinou.


 

Fonte: www.firjan.org.br

 

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