INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO EM QUÍMICA VERDE ALIA INTERESSES DA INDÚSTRIA À PRODUÇÃO ACADÊMICA
O caminho para se chegar a este ponto começou em 1992, de acordo com o Gerente de Centro de Tecnologia do ISI Química Verde, Paulo Roberto Furio. Naquele ano, um grupo de empresários passou a demandar serviços de análise de efluentes e solos, para cumprimento de requisitos legais recém-criados. A Firjan então assumiu os laboratórios do Sesi, que passou a integrar o Sistema Firjan. Hoje, 24 anos depois, a situação é bem diferente, com mais de 60 centros de tecnologia espalhados pelo país e credenciamento concedido por instituições como Agência Nacional do Petróleo (Anp), Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O espaço desenvolvido pela Firjan tem atraído empresas de diferentes ramos de atuação que buscam tornar mais ecologicamente suficientes os seus processos, reduzindo ou eliminando substâncias nocivas à saúde humana e ao meio ambiente . O sucesso do ISI Química Verde pode ser demonstrado através dos mais de 20 projetos inscritos para o último edital aberto. O investimento para tais pesquisas pode vir da própria empresa ou de editais específicos para projetos de inovação, como o Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química (Padiq), lançado pelo BNDES com cerca de R$ 2,2 bilhões em recursos para o setor.
A estrutura oferecida pelo ISI Química Verde atrai diversas iniciativas inovadoras, com equipamentos de última geração disponíveis para as indústrias de petróleo, farmacêutica, química e petroquímica, de alimentos e bebidas e construção civil. Os projetos desses setores são apoiados pela Firjan na fase mais crítica do desenvolvimento, que começa na captação de recursos, podendo se dar dentro de editais do próprio ISI Química Verde, até a produção em escala piloto do produto desejado. Os custos e riscos nessa fase do projeto são muito altos, o que acaba por afastar interessados.
Ao todo, seis linhas de pesquisa compõem o ISI Química Verde: Tecnologias para avaliação de impacto ambiental e toxicológico de xenobióticos; desenvolvimento de soluções para biorremediação em ambientes terrestres, marinhos, fluviais e águas subterrâneas; métodos para tratamento e reuso de efluentes líquidos e gasosos; métodos para tratamento e reaproveitamento de resíduos sólidos com foco na transformação em produtos de maior valor agregado; pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas analíticas em química verde; desenvolvimento de processos para tratamento de água industrial e de consumo humano; soluções para otimização analítica de processos na cadeia de extração e refino de petróleo e outros processos industriais.
Nesta última linha, quatro grandes projetos vêm sendo desenvolvidos no local: Caracterização de metais e sólidos em amostras de petróleo do pré-sal nas unidades dessalgadoras de duas refinarias; Caracterização de amostras derivadas do petróleo originadas das áreas de Abastecimento e de Exploração e Produção de Petróleo, em parceria com o Cenpes; Análises de hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos encontrados em amostras derivadas do petróleo originadas das áreas de abastecimento e de exploração e Produção de Petróleo; e Caracterização de amostras de petróleo e derivados por análises de Termogravimetria, Osmometria, Extração seletiva de parafinas.
As demandas do setor petroquímico também estão sendo atendidas pelo ISI Química Verde, com projetos voltados ao para tratamento de águas de processo e fluviais com o objetivo de reutilizar em torres de resfriamento, eliminando assim a produção de efluentes pela planta. Outro projeto se dedica à caracterização de correntes residuais em plantas petroquímicas para a reutilização e destino em processos secundários, eliminando os subprodutos gerados no processo.
A capacidade de pesquisa do instituto não é restrita à indústria carioca, apesar da localização na cidade do Rio de Janeiro. Em todo o país, os centros de tecnologia do Sesi vem passando por uma mudança de estratégia, com focos mais específicos de acordo com a demanda regional. No Rio Grande do Norte, por exemplo, há o ISI Energias Renováveis, enquanto em Minas Gerais a metalurgia e mineração contam com unidades específicas para desenvolvimento de pesquisas. Todos os institutos formam uma rede conectada, com compartilhamento de equipamentos e competências, para melhor atender os mais variados segmentos da indústria nacional.
Fonte: PetroNotícias