NOVO DIRETOR-GERAL DA OMC SE REÚNE COM EMPRESÁRIOS NA FIRJAN
Nesta terça-feira, o embaixador se reuniu com empresários e com representantes da imprensa, na sede da FIRJAN, no Centro, onde apresentou os desafios e as propostas de sua gestão, que se inicia em setembro, com duração de quatro anos. O encontro foi promovido pelo Sistema FIRJAN em parceria com a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio).
Em nome dos empresários, Gouvêa Vieira pediu atenção especial aos subsídios concedidos às empresas chinesas, como incentivos fiscais e financiamentos especiais. “No Brasil, as consequências dessas práticas são dramáticas: duas em cada três empresas exportadoras perderam clientes por conta da concorrência chinesa. Setores como têxtil, plástico e embalagens estão entre os mais prejudicados”, reforçou o presidente da Firjan.
O novo diretor-geral da OMC reconheceu o aumento de medidas protecionistas a partir de 2008, afirmando que 80% das medidas restritivas criadas de lá pra cá ainda estão em vigor, mas classifica o protecionismo atual de moderado. “A natureza do protecionismo não é mais o da prática do aumento de tarifas, isso a OMC não permite. Trata-se de um protecionismo mais sofisticado, com expansão de barreiras técnicas, por exemplo”, diz o embaixador.
Roberto Azevêdo acredita que é preciso ter criatividade para avançar nas questões da Rodada de Doha, negociação entre os países associados à OMC com o objetivo de reduzir as barreiras comercias, mas que está parada desde 2008.“O principal impasse está no pilar das negociações”, defende. “A grande mudança é que os países emergentes negociam hoje em pé de igualdade com os desenvolvidos”, conclui Azevêdo.
Primeiro brasileiro e latino-americano a ocupar a direção-geral da OMC, a nomeação de Azevêdo tem grande impacto na visibilidade do país no cenário mundial e marca uma nova fase nas relações internacionais globais. Indicado ao cargo pela presidenta Dilma Rousseff em 2012, o diplomata teve o apoio do grupo Brics, além dos países de língua portuguesa e de várias nações da América Latina, Ásia e África. “Azevêdo ocupa uma posição ímpar dentro do ambiente da OMC, fruto de longos anos de trabalho durante os quais demonstrou sua competência e alto conhecimento como um negociador de espírito maduro e estratégico.
Comprometido com a liberalização e o fortalecimento do comércio, sua escolha para dirigir a instituição foi acertada”, afirma Roberto Ramos, presidente da Amcham Rio.
Fonte: www.firjan.org.br